Pois saibam vocês que muito do (pouco) que sei sobre música vêm de circunstâncias inusitadas: Um dia desses estava com um amigo de Pelotas, mais ou menos com a mesma idade que eu, e surgiu o assunto de como adquirimos a nossa cultura e gosto musical. Dentre vários aspectos foi lembrada por mim (e coincidentemente por ele) a influência da rádio El Mundo - LR1, de Buenos Aires, que nós dois ouvíamos, há anos atrás. Era uma rádio que eu curtia quando adolescente, em Passo Fundo. Não me lembro de onde tive a informação de que essa rádio era “power”. Talvez, de alguma revista especializada tipo a Pop – uma espécie de BIZZ dos anos 70, a Som Três, da mesma época, ou de algum brother ligado, não sei. O que me lembro perfeitamente era da locução com voz grave e calma, que mandava informações quentíssimas sobre rock’n roll com os últimos lançamentos dos EUA e da Europa. A trilha do programa era um rock progressivo que tenho aqui em casa: Emerson, Lake & Palmer -“From the beginning”- um baita som, diferente e estranho. Nessa rádio eu ficava sabendo muito antes do que meus parceiros dos hits recém lançados dos Beatles e dos Stones, por exemplo. O patrocínio (será que alguém se lembra?) era algo como: “Gim Cossac e Colônia Rublic (não sei se é assim que se escreve). O engraçado foi como consegui captar essa rádio no valvulado da minha vó: tinha um tio (o mesmo que dançava rock’n roll comigo) que “manjava” de eletrônica e eu pedi a ele que fizesse uma antena para a captação. Ele fez, e pediu que eu a colocasse na copa de uma árvore alta que havia no vizinho. Depois de muito esforço subi e coloquei. Ficou pegando maravilhosamente bem e eu fiquei realizado. Assim, poderia saber do mundo da música em “primeira mão”. Essa foi, sem dúvida, uma experiência “rock’n roll”.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
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