Se arquitetura é música, Niemeyer é rock'n roll. Um cara que fez 100 anos e se casou de novo à pouco no mínimo deve ser chamado de Mick Jagger da Arquitetura. Por quê? Olha esse projeto aí em cima, não parece a língua dos Rolling Stones? Quanto mais velhos (Stones e Niemeyer) melhores ficam. Por onde passam deixam marcas. São arrojados e debochados. Causam espanto. Emitem um erotismo quase pornográfico. Têm atitude e "brincam" como crianças. Sei lá! Viva a arquitetura dos Stones e o rock'n roll de Niemeyer!
Auditório Ibirapuera - Oscar Niemeyer
Alvo de intensa polêmica, que não se esgotou com a inauguração, o Auditório Ibirapuera, criado por Oscar Niemeyer, foi aberto ao público em outubro passado. O prédio possui simplicidade volumétrica desconcertante: um bloco único que em planta é um trapézio e, em corte, um triângulo. Ele completa o conjunto de edifícios do parque paulistano, tal como desenhado na década de 1950. Da proposta original, agora falta apenas a praça de acesso. Concebido para a apresentação de espetáculos musicais, o Auditório Ibirapuera possui volumetria simples. O bloco único opõe-se à proposta - vigente desde a concepção da Ópera de Paris, no século 19 - de separação em três partes, legíveis a partir do exterior: foyer, platéia e palco. Assim como os demais prédios do parque, e grande parte da obra do arquiteto, o auditório é inteiramente branco - concreto armado com pintura impermeabilizante. Nas laterais, por exemplo, é possível observar a paginação das fôrmas da estrutura. A marquise marca o acesso principal e, executada em metal, dá identidade ao prédio, caracteriza o volume puro e o diferencia dos demais. Sua monumentalidade dá idéia do ambiente interno. Ele possui dimensões incomuns: é largo e tem pequena profundidade. Traduzindo em números: entre a primeira e a última fileira existe uma distância de 16 metros e a boca do palco possui 28 metros. A configuração espacial é ovalada; as paredes receberam acabamento de ripas desencontradas. Depois das primeiras apresentações oficiais, a acústica - que teve projeto desenvolvido por José Nepomuceno (leia o quadro abaixo) - foi elogiada pela crítica musical.
Alvo de intensa polêmica, que não se esgotou com a inauguração, o Auditório Ibirapuera, criado por Oscar Niemeyer, foi aberto ao público em outubro passado. O prédio possui simplicidade volumétrica desconcertante: um bloco único que em planta é um trapézio e, em corte, um triângulo. Ele completa o conjunto de edifícios do parque paulistano, tal como desenhado na década de 1950. Da proposta original, agora falta apenas a praça de acesso. Concebido para a apresentação de espetáculos musicais, o Auditório Ibirapuera possui volumetria simples. O bloco único opõe-se à proposta - vigente desde a concepção da Ópera de Paris, no século 19 - de separação em três partes, legíveis a partir do exterior: foyer, platéia e palco. Assim como os demais prédios do parque, e grande parte da obra do arquiteto, o auditório é inteiramente branco - concreto armado com pintura impermeabilizante. Nas laterais, por exemplo, é possível observar a paginação das fôrmas da estrutura. A marquise marca o acesso principal e, executada em metal, dá identidade ao prédio, caracteriza o volume puro e o diferencia dos demais. Sua monumentalidade dá idéia do ambiente interno. Ele possui dimensões incomuns: é largo e tem pequena profundidade. Traduzindo em números: entre a primeira e a última fileira existe uma distância de 16 metros e a boca do palco possui 28 metros. A configuração espacial é ovalada; as paredes receberam acabamento de ripas desencontradas. Depois das primeiras apresentações oficiais, a acústica - que teve projeto desenvolvido por José Nepomuceno (leia o quadro abaixo) - foi elogiada pela crítica musical.
Texto resumido a partir de reportagem de Fernando SerapiãoPublicada originalmente em PROJETODESIGN Edição 309 Novembro de 2005
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