"Com que avidez esta onda se aproxima, como se houvesse algo a atingir!
Com que pressa aterradora se insinua pelos mais íntimos cantos das falésias!
É como se quisesse chegar antes de alguém; como se ali se ocultasse algo que tem valor, muito valor. E agora ela recua, um tanto mais devagar, ainda branca de agitação - estará desiludida? Terá encontrado o que buscava? Toma um ar desiludido? - Mas logo vem outra onda, ainda mais ávida e bravia que a primeira, e também sua alma parece cheia de segredos e do apetite de desencavar tesouros.
Assim vivem as ondas; assim vivemos nós, seres que têm vontade!"
NIETZCHE, Friedrich. A gaia ciência. São Paulo: Companhia das letras, 2001. p. 209.
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