Viagem ao Uruguai (jan 2008):
O preparo da viagem começa com a seguinte questão. Como passar de três a quatro dias no Uruguai, mais precisamente em Punta del este, sem gastar muito. Essa é uma missão quase impossível. Começamos a ver pela internet hotéis, cabanas, albergues, etc, etc. Pensamos até em ficar em Montevidéu em um albergue da juventude, mas ir e voltar de Punta seria uma mão de obra e tanto, afinal uma cidade fica à 130 km da outra. Não era uma boa idéia. Resolvemos sair de Pelotas quarta-feira (23/01) sem sabermos exatamente onde íamos ficar. Enchemos o carro de coisas e saímos. Acho que eram umas 10h da manhã. Daqui até o Chuí leva mais ou menos 3h. Saímos com tempo bom, um pouco nublado. A viagem começa tranqüila, com som de Manu Chao e a imagem do pampa gaúcho pela janela do carro. Após algumas horas chegamos na reserva ecológica do Taim que fica a mais ou menos 200 km ao sul de Pelotas e antes do Chuí (extremo sul do Brasil e divisa com o Uruguai). A paisagem é deslumbrante. Ao lado um campo infinito, pontilhado de lagoas, dunas e banhados. É um local onde a sensação de isolamento é absoluta. A reserva tem 16 km e a velocidade máxima é de 60km/h, para não haver atropelamentos de animais (e mesmo assim há), com multa para quem ultrapassá-la. Seguimos mais um pouco e logo chegamos a cidade de Chuí, que é o extremo sul do Brasil e faz divisa com o Uruguai. É um local de Free Shops onde a principal avenida da cidade faz a divisa do Brasil com o Uruguai. Aqui fazemos uma parada para o almoço. Comemos chivitos, lanches parecidos com os nossos baurús, mas com carne e queijo bem melhores. Também, decidimos comprar uma barraca grande e colchões infláveis, prevendo uma possibilidade de acamparmos em algum lugar. Me explicaram que o canteiro central da avenida é onde está à linha limite entre o Brasil e o Uruguai. Então, dá para colocar um pé em cada país. Isto me dá a sensação de que realmente não existe fronteira. Tudo é parecido, a língua, as pessoas, a comida, etc. Bom, de qualquer maneira, após um belo almoço, seguimos mais um pouco e paramos na placa oficial que delimita a fronteira e tiramos fotos com a bandeira do "melhor time do mundo". Na aduana foi rápido, mostramos a identidade, preenchemos um papel e depois, na saída, tivemos que mostrar a “carta verde” (um seguro caso ocorra um acidente no Uruguay) e os documentos do carro. A viagem segue tranqüila. A pista é larga e bem cuidada (ótimo asfalto e sinalização). A paisagem é linda, com campos a perder de vista. No horizonte o verde encontra o azul e isso me lembra as “coisas dos gaúchos", do churrasco e do chimarrão (ou do assado e do mate como eles dizem), ou seja, da estética do frio de que fala o Vitor Ramil. Combinamos de não pararmos. Logo na saída do Brasil, a uns 15km, passamos pelo forte São Miguel a nossa direita, depois por La Coronilla e La Moza. Mais ou menos por aqui a estrada se alarga e vira uma pista de emergência para pouso de aviões. Interessante! Logo adiante à esquerda aparece o forte Santa Teresa. Seguimos uns 10km, e as placas mostram que estamos perto de Punta del Diablo. Andamos mais uns 50km quilômetros e passamos perto de Castillos. Mais o dobro e estávamos passando por Rocha, cidade que talvez tenha uns 30 mil habitantes e que fica perto da praia de La Paloma. De Rocha andamos mais uns 50 a 60 km e chegamos em San Carlos. Nessa entrada nos atrapalhamos e não sabíamos como entrar em Punta. Paramos e perguntamos para um senhor qual seria o melhor caminho. Agora percebo que demos uma volta e entramos por Maldonado. Logo começamos a ver a imponência dos grandes prédios de Punta. Chegando lá, convencemos a Tita e fomos ver um primeiro camping, o de Punta Ballena. Andamos muito e conseguimos achar. De cara, não gostamos do atendimento do pessoal da portaria. Fomos dar uma olhada e com o que vimos resolvemos ir embora e procurar um outro camping chamado San Rafael. Este, ficava perto da Barra, um pouco adiante da ponte ondulada (ponte Leonel Vieira). Gostamos desse camping. Na recepção nos trataram com muito mais atenção que no outro e resolvemos ficar. Uma coisa interessante, que a Tita notou, é que o número do lote que nos foi oferecido era o mesmo do prédio que moramos em Pelotas, nº 105. Boa infraestrura: supermercado, restaurante, chuveiros com água quente. Nos lotes tínhamos uma mesinha de concreto, uma churrasquiera de chão e um poste com tomada para pegarmos luz. Água, tínhamos que buscar ali perto, em umas pias coletivas. Beleza. Fomos montar a barraca e, cade o papel? Nada de instrução. Que dificuldade! Mas, com paciência e perceverança, quase no escuro, conseguimos terminar. Feito tudo isso, tinhamos que comer, pois já era tarde. Caminhamos até o pequeno restaurante do camping, onde fomos bem servidos. Tomamos uma Pilsen. Cansaço, banho, sono e cama. Problema: não tinhamos com o que nos tapar. Frio e indignação. No outro dia a Tita queria nos matar! Propuz que fossemos a Maldonado para comprar cobertores que, ao fim e ao cabo, foi um passeio bem legal. Perguntei a uma senhora onde poderia comprar mantas ou cobertores bem baratos e ela aconselhou as Tiendas Montevideo. Lá, as coisas não eram tão baratas assim. Caminhamos até uma lojinha em frente e, ai sim, conseguimos comprar por um preço mais baixo. Fomos almoçar em um restaurante que, não sabíamos, antigamente era a casa onde tinha morado e estudado, Charles Darwin, quando da sua estada pelo Uruguay. Foto! Depois, mais passeios e mais fotos.
Um comentário:
Oi meu nome é Bianca também moro em Pelotas e adoro fazer estas aventuras assim como vocês. Recentemente, eu e meu marido, fomos a Punta mas por Jaguarão e ficamos em Montevideo, já que não conhecíamos. Adorei encontrar vcs para trocarmos algumas experiências de viagem. Até mais!
Postar um comentário